Obesidade em Animais Pequenos: Causas, Características e Tratamento

Você sabe identificar a Obesidade em Animais Pequenos?

Você sabia que a obesidade é a doença mais frequente em cães e gatos na atualidade, sendo que 25 à 40% dos cães e gatos adultos estão com sobrepeso ou obesos?

A prevalência é maior em animais entre 5 e 10 anos de idade.

O grau de excesso de peso é importante, considerando-se que o animal esteja obeso quando seu peso esta pelo menos 20% maior do que o ideal, e esse excesso de peso corporal se acumula na forma de tecido adiposo.

A obesidade tem sido associada a diversas doenças.

Em um estudo com 48 cães da raça Labrador, foi visto que, mesmo os animais moderadamente obesos, apresentam riscos de morbidade e menor expectativa de vida.

A conclusão do estudo foi que a restrição alimentar ajudou a prolongar a vida dos animais e retardou o desenvolvimento de doenças crônicas.

Em relação aos gatos, a obesidade está associada ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo II.

Dados sugerem que 31% dos gatos diagnosticados com diabetes mellitus e com sobrepeso ou obesos poderiam ter deu diagnóstico revertido se os mesmos voltassem a um Escore de Condição Corporal (ECC) ideal.

Principais Causas

 

Obesidade em Animais Pequenos

 

A obesidade é resultado de um desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia.

Inúmeros fatores de risco que afetam este equilíbrio foram reconhecidos, sendo a castração frequentemente citada como um fator que contribui para a obesidade.

A maioria dos estudos sugere que, após a castração, há uma diminuição da necessidade energética.

Alguns indicam que o ganho de peso é atribuído principalmente ao aumento de consumo de alimentos.

Outros fatores de risco relacionados com a obesidade em cães e gatos são:

  • Sedentarismo
  • Aspectos ambientais
  • Oferecimento de petiscos com altos níveis de gordura e energia
  • Condições não tão comuns, mas que podem desempenhar um papel em certos casos de obesidade, incluem disfunção endócrina, como por exemplo o hipotiroidismo.

Diagnóstico

Obesidade em Animais Pequenos

 

O diagnóstico e o tratamento da obesidade são partes importantes do manejo nutricional de cães e gatos.

O primeiro passo de um programa eficaz de tratamento de obesidade é o reconhecimento do problema.

Talvez o método mais prático para a avaliação de obesidade na rotina clínica seja a combinação de peso corporal e ECC.

Existem vários sistemas de ECC e na escala de nove pontos proposta por Laflamme (2006), considera-se que o animal de pontuação 5 esteja na condição ideal.

Nesse sistema, cada unidade acima de 5 de ECC, equivale ao aumento de, aproximadamente 10 a 15% do peso corporal ideal.

Assim, um cão ou um gato com uma ECC 8, esta cerca de 30 a 45% acima do seu peso ideal.

Macronutrientes e Nutracêuticos

O estabelecimento do balanço energético negativo é um passo primordial para o controle e reversão da obesidade.

É realizado por meio da diminuição da ingestão calórica, associada ou não ao aumento do gasto energético.

Um objetivo importante para a redução efetiva de peso é o de promover a perca de gordura e, ao mesmo tempo, minimizar a perda de massa magra, diretamente influenciada pala composição dietética.

Restrição de gordura nas dietas de perda de peso reduz a densidade das calorias, o que ajuda a reduzir a ingestão de calorias, pois sabe-se que a gordura tem mais que o dobro de calorias por grama, quando comparada a proteína e carboidrato.

Proteína

A proteína é especialmente importante em processos de perda de peso, pois possibilita o fornecimento de baixa quantidade de calorias, e uma dieta com maior proporção entre proteína e calorias, promove a queima da massa gorda e a manutenção da massa magra.

O aumento de 35 a 45% de energia proveniente exclusivamente da proteína na dieta resultou em mais de 10% da redução da massa gorda em um grupo de gatos que teve taxa de perda de peso idêntica ao grupo controle.

Ainda mais importante foi que a perda absoluta de tecido magro foi reduzida em, aproximadamente, 50% em gatos alimentados com dieta de proteína elevada e baixa caloria.

Um padrão semelhante foi observado em cães, com maior preservação da massa magra devido ao aumento da proteína na dieta durante a restrição calórica.

A proteína tem um efeito térmico significativo, pois o gasto de energia pós-prandial do metabolismo é maior quando há o consumo de proteínas do que quando ocorre o consumo de carboidratos e gorduras.

Além de contribuir para uma energia negativa, contribui diretamente para a perda de peso, pois o efeito térmico da proteína pode colaborar para a saciedade.

Dois estudos mostraram que gatos alimentados com uma dieta de proteína mais elevada, porem oferecida na quantidade calculada para um animal em manutenção (NEM), mantiveram um nível elevado de massa corporal magra e reduziram os marcadores de estresse oxidativo em gatos obesos submetidos a perda de peso, em comparação com os alimentados com uma dieta com teores normais de proteína.

Fibra

 

A fibra dietética contribui com a diminuição da densidade energética do alimento, portanto pode ser utilizada para diluir ou reduzir as calorias da dieta, auxiliando a perda de peso.

A fibra dietética também promove um efeito de saciedade, fazendo com que ocorra uma redução voluntária do consumo total de calorias oferecidas através do alimento em cães e gatos.

Foi visto que gatos alimentados com dietas ricas em fibras restringiram voluntariamente sua ingestão de calorias.

L-Carnitina

A carnitina é uma amina quaternária produzida endogenamente a partir dos aminoácidos lisina e metionina que facilita a beta-oxidação de ácidos graxos, ou seja, facilita o transporte de ácidos graxos de cadeia longa o interior das mitocôndrias, permitindo a produção de energia.

Manejo Alimentar

O grau de restrição calórica que induz a perda de peso significativa em um cão ou gato pode ser diferente para cada indivíduo.

O reconhecimento de que os animais podem diferir individualmente em sua Necessidade Energética de Perda de Peso (NEPP) é importante para ajustar o fornecimento de calorias.

Agendar retornos mensais para avaliação do ECC e peso do animal é essencial para o acompanhamento do progresso da redução de peso, além de proporcionar motivação permanente e ajudar na adesão do tutor a terapia proposta.

Não só a dieta, mas também o manejo alimentar e exercício físico são fundamentais para que o programa de perda de peso seja bem sucedido.

É preciso ter cuidado com alimentos não próprios (muito calóricos e pouco nutritivos).

Premier – Prevenção da Obesidade

 

Atualmente, pelo menos 1 em cada 4 cães e gatos atendidos por profissionais então em sobrepeso ou obesos.

Como já foi visto, muitos tutores não percebem que seus animais de estimação estão em risco para o desenvolvimento de problemas de saúde.

Os veterinários devem instituir a avaliação do ECC de todos os seus pacientes em sua rotina clinica como parte de sua consulta básica e discutir com os tutores a importância de manter um ECC ideal.

Para garantir que todos os nutrientes essenciais sejam fornecidos apesar da redução da energia da dieta, os animais devem receber alimentos com uma proporção aumentada de nutrientes por calorias, tal como formulado adequadamente.

E uma forma de garantir uma boa saúde ao seu pet é não oferecer a eles os alimentos que podem prejudicar a sua saúde.

E você, já passou por algo assim ou tem alguma dúvida?

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Esse texto foi publicado originalmente no informativo da Premier (edição 02/2016), e nos foi gentilmente cedido para o conhecimento público.

 

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